Jogar a culpa no outro é uma das tentativas mais dramáticas de manter a máscara de sensacional e de colocar sobre a face do outro a máscara de crápula.
Você não precisa ser super-herói para ter visão de alto alcance. Tampouco necessita de visão de raio-X para enxergar as inúmeras possibilidades que existem em cada situação. As pessoas de visão limitada tendem a crucificar os outros por causa de um único episódio, sem levar em conta em sua análise todos os fatores envolvidos nesse acontecimento. Quanto mais verdadeira e autêntica a pessoa consegue ser, mais ampla é sua visão de um acontecimento.
É fácil julgar quando não se analisa o todo nem se assume a responsabilidade pela reação da pessoa. Tempos atrás, um amigo desabafou comigo uma mágoa profunda a respeito da esposa, que o chamara de babaca. Revoltado, ele disse:
– De repente, ela me chamou de babaca! Você não acha que ela é ridícula?
Se examinamos somente essa frase, a esposa pode parecer uma mulher má. Então eu lhe fiz uma pergunta básica:
– O que você fez antes de ela dizer essa frase?
Ele começou uma série de explicações, porém era claro que estava tentando me enrolar. Brincando, repeti a pergunta:
– O que você fez para ela o chamar de babaca?
Ele ainda tentou me enrolar mais um pouco, mas depois começou a rir e disse que gastara todo o dinheiro que haviam economizado para as férias na troca do carro.
Aí eu é que tive vontade de chamá-lo de babaca!
Pois esse mesmo amigo, tempos depois, descobriu que a mulher tinha um relacionamento extraconjugal e decidiu se separar. Quando ele fala da separação, afirma, sem a menor cerimônia, que a culpa foi dela:
– A sem-vergonha me traiu!
Parece que ela é a errada, e ele, o certo. Bem, a coisa não é tão simples assim. É preciso ver o que os dois fizeram para que a situação chegasse a tal ponto. É importante que cada um assuma a responsabilidade pelo que aconteceu.
O movimento de jogar a culpa no outro é uma das tentativas mais dramáticas de manter a máscara de sensacional e de colocar sobre a face do outro a máscara de crápula. A questão é que as respostas demandam uma análise complexa que inclua principalmente quem está fazendo a reflexão.
Um exemplo é o da criança que vai mal na escola. O ego do pai começa imediatamente a procurar culpados:
– A culpa foi da professora!
Têm início as acusações e a guerra contra a desalmada professora. Agora vamos imaginar que a professora seja muito hábil para lidar com a situação, mas a criança continue indo mal. Vamos procurar outro culpado. Que tal a mãe? Boa idéia! Então o pai passa a acusar a mãe, e outro clima de guerra se instala. Mas a mãe também escapa da situação. Ah! Então a culpa é da criança, que é irresponsável! E por aí vai: chega-se a culpar a escola e o governo, que não investe em educação.
Em primeiro lugar, procurar culpados não resolve nada. Em segundo, o pai também é importante no processo de educação do filho, portanto a análise das causas tem de incluí-lo. Como em outras situações, também nesse caso, se o pai compreender o processo de estudo do filho globalmente, poderá ajudá-lo de maneira efetiva. E, se ele se incluir nesse todo, analisando-se em conjunto com a situação, sua participação no encontro de uma solução será mais produtiva. Sem dúvida, a opção de ficar sentado em um trono, como um deus, jogando a culpa nos simples mortais, vai causar mais problemas.
Quando uma pessoa usa a máscara de sensacional, limita sua visão. Com a visão restrita, ela vê apenas uma forma de resolver o problema: a sua. E enxerga só uma causa para o problema: o outro.
Como você pode perceber, uma visão de mundo limitada cria uma vida limitada. Portanto, ampliar sua vida implica ampliar sua visão de mundo. Se você está se dando conta de uma limitação na sua maneira de ver a vida, não se acomode. Você pode mudar. Comece com um simples exercício: pare um instante e analise uma meta que você tenha estipulado para sua vida.
Agora, procure escrever o maior número possível de caminhos para alcançá-la. Quanto mais possibilidades, melhor! A seguir, aplique esse exercício em outras situações de sua vida. Aos poucos você vai criar o hábito de enxergar as inúmeras possibilidades que existem em cada situação. Torço por você.
Roberto Shinyashiki é psiquiatra, conferencista e escritor, autor de Heróis de Verdade
Meus amigos(as) desejo a todos um ótimo Dia repleto de paz.
Abraços a todos
Claudio Pacheco
Você não precisa ser super-herói para ter visão de alto alcance. Tampouco necessita de visão de raio-X para enxergar as inúmeras possibilidades que existem em cada situação. As pessoas de visão limitada tendem a crucificar os outros por causa de um único episódio, sem levar em conta em sua análise todos os fatores envolvidos nesse acontecimento. Quanto mais verdadeira e autêntica a pessoa consegue ser, mais ampla é sua visão de um acontecimento.
É fácil julgar quando não se analisa o todo nem se assume a responsabilidade pela reação da pessoa. Tempos atrás, um amigo desabafou comigo uma mágoa profunda a respeito da esposa, que o chamara de babaca. Revoltado, ele disse:
– De repente, ela me chamou de babaca! Você não acha que ela é ridícula?
Se examinamos somente essa frase, a esposa pode parecer uma mulher má. Então eu lhe fiz uma pergunta básica:
– O que você fez antes de ela dizer essa frase?
Ele começou uma série de explicações, porém era claro que estava tentando me enrolar. Brincando, repeti a pergunta:
– O que você fez para ela o chamar de babaca?
Ele ainda tentou me enrolar mais um pouco, mas depois começou a rir e disse que gastara todo o dinheiro que haviam economizado para as férias na troca do carro.
Aí eu é que tive vontade de chamá-lo de babaca!
Pois esse mesmo amigo, tempos depois, descobriu que a mulher tinha um relacionamento extraconjugal e decidiu se separar. Quando ele fala da separação, afirma, sem a menor cerimônia, que a culpa foi dela:
– A sem-vergonha me traiu!
Parece que ela é a errada, e ele, o certo. Bem, a coisa não é tão simples assim. É preciso ver o que os dois fizeram para que a situação chegasse a tal ponto. É importante que cada um assuma a responsabilidade pelo que aconteceu.
O movimento de jogar a culpa no outro é uma das tentativas mais dramáticas de manter a máscara de sensacional e de colocar sobre a face do outro a máscara de crápula. A questão é que as respostas demandam uma análise complexa que inclua principalmente quem está fazendo a reflexão.
Um exemplo é o da criança que vai mal na escola. O ego do pai começa imediatamente a procurar culpados:
– A culpa foi da professora!
Têm início as acusações e a guerra contra a desalmada professora. Agora vamos imaginar que a professora seja muito hábil para lidar com a situação, mas a criança continue indo mal. Vamos procurar outro culpado. Que tal a mãe? Boa idéia! Então o pai passa a acusar a mãe, e outro clima de guerra se instala. Mas a mãe também escapa da situação. Ah! Então a culpa é da criança, que é irresponsável! E por aí vai: chega-se a culpar a escola e o governo, que não investe em educação.
Em primeiro lugar, procurar culpados não resolve nada. Em segundo, o pai também é importante no processo de educação do filho, portanto a análise das causas tem de incluí-lo. Como em outras situações, também nesse caso, se o pai compreender o processo de estudo do filho globalmente, poderá ajudá-lo de maneira efetiva. E, se ele se incluir nesse todo, analisando-se em conjunto com a situação, sua participação no encontro de uma solução será mais produtiva. Sem dúvida, a opção de ficar sentado em um trono, como um deus, jogando a culpa nos simples mortais, vai causar mais problemas.
Quando uma pessoa usa a máscara de sensacional, limita sua visão. Com a visão restrita, ela vê apenas uma forma de resolver o problema: a sua. E enxerga só uma causa para o problema: o outro.
Como você pode perceber, uma visão de mundo limitada cria uma vida limitada. Portanto, ampliar sua vida implica ampliar sua visão de mundo. Se você está se dando conta de uma limitação na sua maneira de ver a vida, não se acomode. Você pode mudar. Comece com um simples exercício: pare um instante e analise uma meta que você tenha estipulado para sua vida.
Agora, procure escrever o maior número possível de caminhos para alcançá-la. Quanto mais possibilidades, melhor! A seguir, aplique esse exercício em outras situações de sua vida. Aos poucos você vai criar o hábito de enxergar as inúmeras possibilidades que existem em cada situação. Torço por você.
Roberto Shinyashiki é psiquiatra, conferencista e escritor, autor de Heróis de Verdade
Meus amigos(as) desejo a todos um ótimo Dia repleto de paz.
Abraços a todos
Claudio Pacheco
Olá Claudio,
ResponderExcluirÉ muito mais cômodo colocar a culpa em alguém. Se aprende isso na cultura brasileira. Se a coisa anda mal, a culpa é do governo, é dos professores que não ensinam direito. É mais fácil indicar o dedo para alguém do que pedir desculpas e assumir nossos erros.
Abraços.
A culpa no Brasil ser assim ñ a minha
Excluirrsrsrsrs
Abraços meu amigo